sábado, 18 de setembro de 2010

Município do Rio já enfrenta uma epidemia de dengue

Fonte: Jornal O Dia






Rio - Um a bomba que já dá sinais de que vai explodir. Assim é a situação da dengue no Rio de Janeiro. Um documento interno da Secretaria Municipal de Saúde, ao qual O DIAteve acesso, revela que o número de casos registrados no período analisado — de 5 de agosto a 9 de setembro — já “tecnicamente significa epidemia”.

E mais: o vírus 1 da doença está em plena circulação no município. Esse tipo de dengue pode ser o principal responsável pelo aumento de 861,1% do número de doentes em agosto de 2010, em comparação com o mesmo mês do ano passado.
O documento ‘Análise da Situação Epidemiológica do Dengue - Cidade do Rio de Janeiro - Alerta’, elaborado pela Superintendência de Vigilância em Saúde, também chama atenção para “a aproximação de uma nova onda epidêmica” e revela “uma piora no quadro (epidemiológico)”, que “remete para um estado de alerta máximo para (...) período de aumento de atividade viral”.

Dezembro a abril: pior fase

Para o epidemiologista Roberto Medronho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), os dados — até então confidenciais — são extremamente preocupantes. Segundo Medronho, a tendência é que a dengue se espalhe com mais intensidade já em dezembro desse ano. A situação deve permanecer grave até abril de 2011.
“Essa informação deveria ser pública para que as pessoas pudessem se preparar. O relatório mostra a presença do Aedes aegypti em vários bairros. Mas ainda há tempo de se evitar o pior”, afirma Medronho.
De acordo com o epidemiologista, é preciso concentrar esforços não só nas ações de combate à dengue, mas também no sistema de saúde.
“É preciso que as autoridades se organizem para atender os casos de dengue nas unidades de saúde antes que comece a epidemia”, recomendou. “Se não têm competência para evitar a epidemia de dengue, que pelo menos tenham compromisso ético de evitar os óbitos”, disparou Medronho.

Pessoas de até 19 anos não têm imunidade contra o vírus tipo 1

O DIA antecipou em 19 de junho, a volta ao Rio do vírus tipo 1 da dengue — que não circulava desde o início da década de 90 — é perigosa, pois quem nunca teve contato com esse microorganismo está mais vulnerável. Só na Região Metropolitana, são 3,7 milhões de pessoas de até 19 anos sem imunidade contra o tipo 1.
Além disso, quem já teve outro tipo da doença pode desenvolver a forma mais grave (hemorrágica), se pegar dengue de novo, do tipo 1.
Em 2 de setembro,
 O DIA também mostrou que 55 bairros do Rio têm risco alto ou muito alto de ter epidemia. Nesses locais, vivem 40% dos cariocas.
Desprezando as informações do relatório interno da Superintendência de Vigilância em Saúde, a própria coordenadora do setor, Rosanna Iozzi, afirmou que “a situação em relação à dengue é de normalidade”.
Segundo ela, “não existe situação de endemicidade no município”. Entretanto, Iozzi admitiu que não esperava aumento de 861,1% no número de casos de agosto de 2010 em relação a 2009. “Estamos intensificando ações de combate nos bairros de maior risco e mobilizados nas ações de rotina”.






É inconcebível que as autoridades tenham em mãos dados tão preocupantes e, simplesmente, escondam da população. Mais uma vez, a vida de milhares de pessoas está em risco e, quais providências foram tomadas? O Rio de Janeiro já passou por uma epidemia de dengue e, por falta de um trabalho sério, pode enfrentar o problema mais uma vez. Mas, o que  mais me deixa abismado  é o fato da Vigilância Sanitária do Rio dizer que “a situação em relação a dengue é de normalidade”, conforme está explícito na reportagem do Jornal O Dia. Diante dessa declaração, tudo que nos resta é orar...Entendo que erradicar a dengue em nosso país é dificil, até porque, além da doença já ter se alastrado por quase toda a América, o controle do mosquito tem de ser feito em cada residência. Entretanto, acredito que, com um trabalho sério, é possível conter o surto e reduzir drasticamente os mosquitos Aedes aegypti. 

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