Taxistas mudam a rotina por meio da ação de criminosos. Apesar disso, PM não vai intensificar policiamento
Frequentes assaltos na Rua 24 de Maio estão assustando taxistas da cidade. Em pouco mais de um mês, segundo profissionais da classe, uma média de dez casos ocorreram na cidade. Um suspeito chegou a ser preso na noite de quarta-feira, porém, apesar de reconhecido por três vítimas, por falta de provas materiais, ele já está em liberdade. Enquanto isso, os assaltos continuam. Nesse mesmo dia, um motorista foi atacado no local.

Localizada em pleno Centro da Cidade, a Rua 24 de Maio também serve como ligação a cinco bairros do município: Alto da Serra, Vila Felipe, Sargento Boening, São Sebastião e Quitandinha. Além do prejuízo de deixar de fazer as corridas, outros estão sendo acarretados já que, dependendo da localização do ponto de táxi, o lugar era usado pelos profissionais para fugir dos congestionamentos e para incurtar o percurso a um destes bairros. “Como não podemos passar por ali, as corridas estão ficando mais longas e mais onerosas para os passageiros. Se tivermos que ir para o Sargento Boening, por exemplo, somos obrigados a dar a volta pelo Alto da Serra”, disse um motorista.
No local a situação estaria critica inclusive durante o dia, quando o alvo são os caminhões que fazem entrega no comércio local. Até mesmo os entregadores de pizza estão expostos ao perigo. Até tiros para o alto são efetuados pelos marginais como forma de intimidar suas vítimas.
O presidente da Associação dos Taxistas de Petrópolis, Sidnei Ramires Cardoso, disse que ainda ontem iria agendar uma reunião da entidade com o comando do 26º BPM para pedir providências. Ele explica que a maioria dos casos não é registrada nas delegacias da cidade porque os profissionais, principalmente aqueles que trabalham no período noturno, temem por represálias. De qualquer ele acredita que é preciso uma mobilização maior dos profissionais da classe e, além do encontro com com a PM, a associação irá tentar ainda uma reinião com o presidente da CPTrans para, oficialmente, dar ciência da situação da insegurança. “Também vamos avisar que iremos infrigir o artigo 22 do decreto que regulariza a circulação dos táxis da cidade, a qual prevê apenas cinco tipos de situações que permitem que o taxista se recuse a fazer uma corrida”, diz.
Entre essas razões estão embriaguez do passageiro e a sua recusa em apresentar identificação após às 22h.
Policiais estão a procura de suspeitos
A foto do homem preso na noite de quarta-feira, suspeito de ser um dos responsáveis pela série de assaltos a taxistas, foi distribuida em todas as viaturas da PM que fazem o patrulhamento ostensivo. A informação é do tenente-coronel Antônio Henrique, comandante do 26º BPM e, segundo ele, esta é a única providência que pode ser tomada já que não existe possibilidade do policiamento da região, ser reforçado.
“Não podemos manter um policiamento permanente no local enquanto outras comunidades também precisam do serviço. Conseguimos prender um dos assaltantes mas, devido a falta de provas, ele vai responder processo em liberdade. Nosso trabalho foi feito. Demos uma rápida resposta a população”, disse o tenente coronel.
O coronel Calixto Barbosa, ex-comandante do 26º BPM, também foi procurado por uma comissão de taxistas e, ontem, se manifestou sobre o problema. Ele lamentou a soltura do suspeito. “Na minha opinião, mudanças na legislação penal são necessárias, principalmente para evitar que situações como essas tornem a acontecer”, disse, complementando: “A PM cumpriu o seu papel: prendeu o bandido. Mas a lei o colocou na rua. Se o assaltante foi reconhecido por três vítimas, porque ele continua em liberdade?", questiona, criticando o atual esquema de segurança implantado no Estado, que, em sua opinião, não passa de um equívoco cometido pelo Comando Geral da corporação, que prioriza mais o policiamento ostensivo. “Esses erros não devem ser atribuídos ao atual comandante da unidade de Petrópolis”, diz o coronel, que defende a realização de um trabalho completo da PM, ou seja, desde o patrulhamento ostensivo, a investigação, que pode ser feito pela P2, até a prisão do bandido. Ele destaca ainda que as delegacias da Polícia Civil, tem uma grande demanda de registros de ocorrências diário e o tempo para a investigação, que é a sua atribuição, acaba sendo reduzido”.
Matéria publicada pelo Jornal Tribuna de Petrópolis
Matéria publicada pelo Jornal Tribuna de Petrópolis
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